Confira uma entrevista exclusiva com a escritora e ilustradora de livros infanto-juvenis Marília Pirillo, que autografou o livro A Casa Amarela da Rua da Madrinha, na 62ª Feira do Livro de Porto Alegre. A porto-alegrense é graduada em publicidade e propaganda, iniciou sua carreira realizando projetos gráficos e editoração. Já ilustrou anúncios, embalagens, sites cartilhas e revistas dirigidas ao público infantil.
Espaço Cultural: como você começou sua carreira de ilustradora?
Marília Pirillo: Sou natural de Porto Alegre e comecei ilustrando os livros da escritora Iria Muller Poças e também uma revista de atividades, com jogos, caça-palavras e jogo de sete erros. O primeiro livro agradou e recebi o convite para fazer o segundo. Comecei a procurar editoras em São Paulo e atualmente moro no Rio de Janeiro, trabalhando também com as editoras de lá.
Espaço Cultural: Como surgiu a ideia de escrever seus próprios livros?
Marília Pirillo: Depois de muito tempo como ilustradora, senti vontade de escrever minhas próprias histórias, sendo que A Casa Amarela da Rua da Madrinha é meu 10º livro. Ele conta a história de uma menina que mora no subúrbio de uma cidade grande e quer como presente de aniversário, visitar a madrinha que mora no centro da cidade. Como ela não tem com quem brincar, fica na janela, olhando a rua e sonhando que um dia gostaria de morar numa casa amarela como aquela e tão bonita como aquela. A casa amarela da rua da madrinha é um lugar mágico.
Espaço Cultural: Como é o processo para ilustrar um livro?
Marília Pirillo: Recebo a história do escritor, ainda sem divisão de páginas, vou escolhendo as cenas principais que vou ilustrar. Levo, em média, um mês ou um mês e meio para deixar tudo pronto.
Espaço Cultural: Como surge a inspiração para contar suas histórias?
Marília Pirillo: Gosto muito de crianças e de contar histórias. Quando estou com elas, fico pensando que tipo de histórias ela gostariam de ouvir, daí vem o meu desejo de contar as histórias para essas crianças.
Espaço Cultural: Você acredita que as crianças ainda têm interesse na literatura, mesmo com as novas tecnologias?
Marília Pirillo: Sim, acho que continuam com interesse na literatura. Na verdade é o incentivo que precisa ser permanente, porque o hábito de leitura vem do exemplo. Não pode ser só na escola, pois às vezes, vemos alguns pais dizer que o filho não lê, mas eles também não lêem e nem tem livros em casa. A criança aprende pelo exemplo, se tiver uma mãe, uma tia ou um avó, leitores, ela vai ficar curiosa em descobrir que objeto é esse.
Espaço Cultural: Quais escritores você gosta de ler e qual livro está lendo atualmente?
Marília Pirillo: Sou uma leitora compulsiva. Gosto de Mia Couto e desde pequena sou apaixonada pela poesia de Mário Quintana. Recentemente eu li o livro Nú, de botas, de Antônio Prata, que são memórias de infância, cheias de humor, e que me inspiraram bastante e posso recomendá-lo.
Espaço cultural: Qual a importância das redes sociais para a divulgação da literatura?
Marília Pirillo: As redes sociais tem se tornado uma ferramenta poderosa para divulgar o trabalho e fazer trocas ricas sem limites geográficos com pessoas de vários cantos. Fico muito feliz, porque as pessoas podem ler meus livros, fazer comentários, observações e trocar experiências que tem ajudado muito.
Espaço Cultural: Como acontecem suas visitas nas escolas?
Marília Pirillo: Visito várias escolas, através dos projetos Adote um Escritor e Lendo pra Valer. Pra mim é um momento riquíssimo, pois consigo ouvir das crianças sua opinião sincera. Elas dizem o que acham do livro e é um momento importante de incentivo, pois quando lemos um livro bom, queremos comentar e dividir as experiências. As crianças ficam muito felizes e se sentem importantes, por estarem recebendo uma visita, que sempre é realizada com muito carinho.
Espaço Cultural: Fique a vontade para fazer um comentário para os leitores da Livraria Espaço Cultural
Marília Pirillo: Convido a todos a conhecer o livro A Casa Amarela na Rua da Madrinha, e estou muito contente de estar na Feira do Livro de Porto Alegre, que já freqüento há muitos anos e também convido a todos a visitá-la, pois está recheada de atrações, eventos, palestras e oficinas.