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Karol Wojtyla atuou como sacerdote por quase sessenta anos, 26 dos quais como chefe supremo da Igreja católica. Durante todo esse período, porém, nunca deixou de ser o que fundamentalmente sempre foi: um homem das palavras, um escritor. Por um pedido do próprio Papa, o inédito Penso o que meu coração sente: obra literária e pontificado de João Paulo II, da polonesa Monika Jablonska, tem seu primeiro lançamento no mundo feito no Brasil. O legado literário do Papa João Paulo II inclui – além de catorze encíclicas e mais de setenta textos apostólicos – experiências em diversos domínios literários, da poesia à teologia, da dramaturgia à filosofia. Uma obra vasta, cuja relevância ganha devido reconhecimento em Penso o que meu coração sente: obra literária e pontificado de João Paulo II, publicado pela Principium.
A obra resgata de início a dimensão do trabalho de um Papa que peregrinou para muito além de Roma, no intuito de disseminar a mensagem do catolicismo pelo planeta, exercendo influência decisiva sobre a geopolítica global no fim do século XX. Especificamente em relação ao Brasil, um relato pormenorizado da primeira excursão do Sumo Pontífice ao país, em 198, revela como a habilidade de comunicador de massas foi importante no contexto de virtual confronto entre o governo da ditadura militar e os setores progressistas da Igreja.
A imensa popularidade de João Paulo II, na análise sugerida pelo livro, está diretamente relacionada ao fato de Karol Wojtyla ter sido um escritor consciente do poder dos signos da comunicação. Signos sobretudo verbais, mas não só eles, uma vez que, como dramaturgo, ele também sabia da importância do corpo e do gesto – como beijar o chão ao chegar a um país – e seu potencial de atração das pessoas para a verdade do cristianismo.
A autora mergulha na biografia de Karol Wojtyla e na Polônia do começo do século XX para esboçar o retrato do artista quando jovem. Aborda o histórico de perdas pessoais do menino Lolek – apelido de infância de Karol – e seu desenvolvimento como amante das letras e homem de fé em meio a um país obrigado a reafirmar sua identidade nacional, diante tanto do jugo nazista quanto da dominação comunista. E revela como, aos poucos, emerge um autor inspirado na tradição bíblica e cristã, um escritor consciente de que a palavra é viva, na medida em que pode transformar cada pessoa e cada comunidade até atingir a humanidade por inteiro.
Penso o que meu coração sente apresenta reflexões sobre textos capitais da obra de Wojtyla, do estudo estético Amor e responsabilidade (de 196, sobre o sentido moral da sexualidade humana e o amor responsável) ao Tríptico romano (23), obra poética outonal, publicada por um papa em idade avançada, aos 83 anos. Também não faltam considerações a respeito de Pessoa e ato (de 1969, talvez seu principal livro filosófico, que trata de como o ser humano se revela por meio de suas atividades) e do best-seller Cruzando o limiar da esperança (de 1994, em coautoria com Vittorio Messori).
Peso | 0,5 kg |
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Dimensões | 21 × 14 × 1,5 cm |
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ISBN13
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